A
Escola de Equitação Nissin Pazuello é um espaço desportista, social,
educacional e terapêutico e que pode proporcionar aos freqüentadores, mas
principalmente à equipe de equoterapia, momentos inéditos, inesquecíveis e de
extrema explosão emocional. Queremos narrar como exemplo um fato que ocorreu ao
participarmos da sessão terapêutica do praticante A.
Sr.
A., está com 44 anos e, segundo seu irmão (Sr. E.), ao nascer foi diagnosticado
como portador de retardo mental congênito. Fomos procurados pelo Sr. E., que na
expectativa de proporcionar melhor qualidade de vida ao sr. A., tendo em vista
que sua mãe faleceu recentemente, ficando como herança esse irmão, ao qual ele
tem intenção de cuidar o melhor possível, ingressando-o como praticante de
equoterapia, devidamente autorizado pelo psiquiatra do sr. A.
Sr.
A, que anda com dificuldades, possui sua cognição bastante comprometida, toma
remédios controlados e é conduzido por sua cuidadora (sra. C.), pelo fato de
enxergar pouquíssimo, começou a ser trabalhado pela fisioterapeuta Sigrid
Ventilari, há pouco menos de um mês.
Aqui,
de acordo com os fenomenologistas, cada praticante é um fenômeno a ser
descoberto, por esta razão, eles recebem tratativas específicas e adequadas a
cada situação.
No
primeiro momento, Sr. A. foi apresentado ao cavalo e ouviu a fisioterapeuta
falar muito bem do animal. Nesse mesmo momento, a equipe terapêutica confirmava
a fala da fisio e, a partir daí, tudo que o Sr. A. repetia era a palavra “cavalo”,
fazendo uma substituição das palavras “mãe e E. (seu irmão) de quando chegou.
Entendam
bem, tudo era cavalo (a fisio, a psicóloga, a cuidadora, a sobrinha, o
tratador, e todas as perguntas que fazíamos ele repetia a palavra “cavalo”.
No
segundo momento, Sr. A., foi incentivado e estimulado a puxar o cavalo, sendo conduzido
pela fisioterapeuta, que junto dele caminhava desenvolvendo um diálogo, sem se
importar com a forma diferente do praticante se expressar. Logo observamos que
ele expressava satisfação e demonstrava interesse de continuar, sempre muito
colaborativo.
A
explosão se deu no terceiro momento, quando a equipe intensivamente passou a
incentivar, motivar, estimular e em coro repetir “monta sr. A., monta sr. A.,
você consegue, você pode, vai, vai, vai.
Acreditem:
mesmo sob medicamentos controlados, mesmo com suas debilidades e limitações e
ainda, embora ele tenha traços fortes de boa educação, a excitação provocada
pelos estímulos e incentivos recebidos foram tão agressivos no sentido positivo
e de vida, que ele, numa explosão de alegria, ao conseguir levantar a perna (mesmo
que tenha sido com ajuda da fisioterapeuta) e montar, liberou um grande grito
de euforia chamando, (PQP) e, gelado (frio), rindo muito, como se estivesse
dizendo: “eu consegui, eu posso, era disso que eu precisava, eu vou superar, eu
sou mais que vencedor”.
Com
essa experiência, podemos constatar que o acolhimento, o contato e a
afetividade, são necessidades psicológicas importantes para o ser humano. Todos
possuem o seu mérito, mas enfatizamos especificamente o “contato”, em que
através dele, cada ser humano, tem a possibilidade de encontrar-se com o mundo
exterior, realizando assim, os seus intercâmbios de alimentos, afetos, etc.
Parabéns
ao sr. A. e a todos que torcem por ti. Nós acreditamos no teu querer, acreditamos
também na possibilidade de uma vida mais confortável para ti.
Nós
acreditamos em ti, e é assim que sempre queremos trabalhar.
Neyde
Ventilari
Formanda
em Psicologia
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